mulher usando smartphone acessando várias redes sociais

Redes sociais e saúde mental: como a realidade simulada e a comparação afetam nosso bem-estar

As redes sociais “explodiram” no começo dos anos 2000 com a chegada do MySpace e do Facebook. Atualmente, com tanta variedade de plataformas, é quase impossível ficar longe delas, sendo que grande parte das postagens é dominada com fotos de pessoas felizes em cenários perfeitos ou vídeos de dancinhas com coreografias contagiantes.   

Só que, nem sempre todos esses momentos alegres são realmente genuínos. E aqui mora o perigo: o uso descontrolado das redes sociais tem sido associado a problemas de saúde mental com frequência, apontando para os perigos da realidade simulada e da comparação tóxica, que já afetam o bem-estar e a segurança de milhões de pessoas.

Neste conteúdo, vamos desdobrar estas questões e entender os impactos das redes sociais na saúde mental, ligando o alerta para situações que até parecem ser reais, mas que podem ser ilusão fabricada. Além de conferir dicas práticas de como ser um usuário mais consciente e crítico dessas mídias, buscando apoio profissional quando necessário.

     

Os perigos da realidade simulada e seus efeitos na saúde mental

Antes de tudo, vamos sinalizar que as redes sociais não são inerentemente boas ou ruins. O impacto delas na saúde mental depende de vários fatores, como a maneira como as usamos, o conteúdo consumido e as nossas características individuais, como a sintonia com por ideologias ou hobbies. 

Porém, as postagens nem sempre são o que aparentam ser. Isso é a realidade simulada, uma versão idealizada e editada da vida real e cuidadosamente construída para apresentar uma imagem perfeita e desejável. Ela é apresentada com muita frequência nas redes sociais, distorcendo a identidade verdadeira dos fatos e da vida cotidiana das pessoas.

Abaixo, confira suas principais formas de manifestação e os impactos na saúde mental.

Fabricação online de pessoas fictícias

  • Filtros e edições
    Aplicativos e plataformas de edição de fotos e vídeos oferecem uma infinidade de filtros e ferramentas que suavizam a pele, alteram a cor dos olhos, afinam a cintura e até mesmo mudam a cor do cabelo. Esses recursos criam imagens de pessoas aparentemente perfeitas e sempre muito bem dispostas, gerando inseguranças quanto à forma física e aos padrões de beleza para ter uma vida feliz.
  • Identidade online
    A identidade online que uma pessoa apresenta nas redes sociais pode ser muito diferente de sua personalidade e realidade cotidiana. Ela é uma persona construída pela seleção cuidadosa de fotos, vídeos e textos que apresentam uma imagem fabricada de perfeição. Como consequência, o usuário pode se sentir rebaixado financeiramente e incapaz de seguir com seus sonhos mais genuínos.

Inteligência artificial e as vidas “perfeitas” 

  • IA: a dificuldade de distinguir o real do virtual
    Com a proliferação de ferramentas de edição e a crescente sofisticação das técnicas de manipulação de imagens e vídeos, é cada vez mais difícil distinguir o que é real do que é virtual. Ainda mais quando a Inteligência Artificial está tão presente nessas plataformas. Isso pode gerar confusão e insegurança, levando o usuário a questionar suas relações e experiências com outras pessoas.
  • A vida dos outros é “perfeita”
    As redes sociais costumam ser o palco para os melhores momentos da vida: férias em lugares paradisíacos, conquistas profissionais e celebrações com amigos e família. Porém, nada de tristeza, frustração e dificuldades, sendo que todos passam por este momentos. Essa imagem idealizada da vida pode levar as pessoas a ter uma sensação de inferioridade e acreditar que a vida dos outros é perfeita.
     

Percepções alteradas e emoções reais afetadas

  • Medo de estar perdendo algo importante
    A exposição constante a momentos de felicidade e diversão pode gerar um sentimento de que estamos perdendo algo muito importante. Isso é a FOMO (fear of missing out, do inglês), que pode aumentar a ansiedade por estimular a sensação de que é preciso estar sabendo de tudo a todo momento. Além de uma percepção alterada do que realmente importa de ser consumido nas redes.
  • Dificuldades em ter conexões autênticas
    A construção da imagem idealizada da vida através de perfis fabricados propositalmente pode dificultar o estabelecimento de conexões autênticas, tanto nas redes sociais quanto fora delas. A busca por uma validação constante pode gerar um sentimento de superficialidade, isolamento e afetar a sensibilidade em ter emoções genuínas e reais.

     

Setembro Amarelo: cuidando da saúde mental no combate o suicídio

Uma vida tão dependente do uso das redes sociais pode gerar graves de problemas de saúde mental e até mesmo ocasionar o suicídio. Nesse sentido, o Setembro Amarelo chega para disseminar campanhas de conscientização para a prevenção do suicídio no Brasil. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, o suicídio é a quarta causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos no país. Durante todo o mês, palestras, workshops e distribuição de materiais informativos são algumas das iniciativas para disseminar informações de impacto que venham a prevenir situações extremas, como o suicídio. 

Além disso, diversas instituições de saúde costumam oferecer serviços de apoio psicológico e emocional à população. A TopMed também está nessa – e já temos até um convite especial para fazer! 

Marque no calendário: em 4/9, às 19h, vamos ter o webinar Redes Sociais e Saúde Mental: qual a relação e o impacto em nossas vidas. Ele é 100% gratuito e basta clicar no link do vídeo abaixo, ativando o sininho para receber notificações, para não perder a transmissão ao vivo.

Os tópicos abordados na conversa serão:

  • Impactos do uso excessivo da tecnologia e redes sociais na saúde mental;
  • Estratégias para promover o uso equilibrado dessas mídias;
  • Práticas de mindfulness (bem-estar mental) como ferramenta de resiliência;
  • A importância das conexões sociais reais e presenciais na vida saudável.

 Informação e conscientização são tudo!
Cuide-se!

Os perigos da comparação tóxica e seus efeitos na saúde mental

Navegando pelas redes sociais, alguma vez você já pensou: “queria poder viajar tanto quanto ele”? Ou, então: “nunca vou ter esse corpo”?. Se a resposta for sim para qualquer uma delas, saiba que você faz parte de um número gigantesco de usuários de redes sociais que exerceu a comparação tóxica.  

A cultura da comparação nessas mídias pode ser bastante agressiva e gerar grandes impactos na saúde mental. Mas esse fenômeno costuma prejudicar mais os jovens, que são a maior parte dos usuários de redes sociais e tendem a querer se provar e mostrar suas conquistas para toda a sua rede de contatos.  

Veja como esse fenômeno se manifesta e os principais impactos na saúde mental.

Quero aprovação e ser reconhecido

  • Busca constante por validação e reconhecimento
    As redes sociais são um grande palco onde as pessoas buscam constantemente a aprovação de outros usuários através de curtidas, comentários e compartilhamentos. A jornada pela validação pode se tornar uma necessidade obsessiva, levando a sentimentos de grande vazio e insatisfação quando o resultado não é o desejado.
  • A vida dos outros é só dos outros
    A imensa maioria das pessoas só gosta de compartilhar os momentos mais alegres nas redes sociais. Ao comparar suas próprias vidas com essas representações “perfeitas”, os usuários podem se sentir inadequados e infelizes, podendo desenvolver sentimentos de inveja, ressentimentos e até a sensação de fracasso.
  • Padrões de beleza e sucesso irreais
    A constante exposição a conteúdos de pessoas consideradas símbolos de beleza com seus corpos esculturais, maquiagem e cabelos perfeitos, pode levar a uma distorção da realidade e a uma busca incessante por um corpo ideal e um estilo de vida impecável, o que pode ser avassalador para a saúde mental.

Qualidade de vida e bem-estar abalados

  • Mais ansiedade e surgimento da depressão
    A incapacidade de alcançar padrões estabelecidos nas redes sociais sobre o que é considerado “bonito” e “feliz” pode gerar ansiedade e depressão severas. A preocupação excessiva com a imagem e a vontade de querer sempre “estar perfeito” pode ligar um estado de alerta constante, prejudicando o sono e a qualidade de vida.
  • Menos autoestima e satisfação na vida
    A sensação de que o que já temos não é suficiente, em comparação com outros perfis, pode levar a um ciclo vicioso por ainda mais validação e aprovação nas redes sociais. Isso pode gerar uma baixa autoestima e uma grande insatisfação com sua própria vida e conquistas, seja no campo pessoal ou no profissional.
  • Sensação de inferioridade
    A comparação tóxica pode fazer com que as pessoas se sintam menos merecedoras e capazes do que os outros usuários, causando sentimentos de inferioridade e , pois os indivíduos podem se sentir menos capazes ou menos merecedores do que os outros. Essa sensação de inferioridade pode afetar diversos aspectos da vida, incluindo as relações interpessoais e o desempenho profissional.

Como a comparação tóxica age em diferentes grupos

  • Jovens e adolescentes
    Este grupo costuma ser o mais vulnerável, justamente por estarem em período de desenvolvimento da identidade, da autoestima e da maturação do caráter. A pressão por precisar se encaixar em padrões já estabelecidos, a busca por aprovação dos amigos e pela validação de grupos externos podem levar a comportamentos de alto risco, como o suicídio.
  • Mulheres
    As mulheres são frequentemente alvo de padrões de beleza irreais nas redes sociais, o que pode levar à insatisfação com o próprio corpo e causar distúrbios alimentares. Inclusive, elas já são o grupo com maior probabilidade de desenvolver ansiedade e depressão pelo uso exagerado dessas mídias e pela comparação tóxica, gerando sentimentos de competição e inferioridade.
  • Influenciadores digitais
    Da mesma forma como podem influenciar seguidores a seguir certos padrões de beleza e comportamento, estes profissionais também são afetados pela cultura da comparação tóxica, embora de forma diferente. A pressão por manter uma imagem perfeita, a obrigação de ganhar cada vez mais seguidores e o medo de perder patrocínios podem gerar crises de ansiedade e burnout (esgotamento mental).

 

Saúde mental é coisa séria: não deixe de procurar ajuda

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo: 9,3% da população é sintomática. Além disso, 37% das pessoas têm estresse severo e 59% têm depressão profunda.

Com esses dados, a saúde mental entra no grupo dos problemas de saúde pública num cotidiano cada vez mais conectado e dependente da busca da aprovação e da validação social. 

Seja no pessoal ou no profissional, a ansiedade e a depressão são alguns dos transtornos mentais mais comuns que podem aparecer no cotidiano. 

Mas é importante reforçar que tê-los não é um sinal de fraqueza, mas de coragem e autenticidade, que resultam de uma combinação complexa de fatores biológicos, psicológicos e manifestações sociais.

Por isso, se você se identifica com qualquer um dos pontos do conteúdo simplesmente sente que precisa de apoio, não se isole. Procure ajuda de um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou um psiquiatra.

Mergulhe mais no assunto assistindo ao webinar “Redes sociais e saúde mental: qual a relação e o impacto em nossas vidas”. Você vai aprender como o uso excessivo da tecnologia pode complicar nossas vidas, formas de se atentar para essas mudanças e onde buscar ajuda adequada.

Cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde física. O importante é começar!

 

Uso das redes sociais: dicas para uma navegação saudável e equilibrada

A relação entre saúde mental e redes sociais não está relacionada apenas com os impactos negativos. Quando usadas de forma consciente e de forma, elas podem ser fontes muito úteis de aprendizado sobre qualquer tema. A chave está em saber como navegar nesse universo digital de forma saudável e equilibrada. 

Fique com algumas dicas a seguir sobre como fazer isso. 

  • Estabeleça limites
    Faça um planejamento semanal com uma grade de horários permitidos para usar as redes sociais, respeitando esses limites. Use alarmes ou outras ferramentas para medir esse tempo. Faça pausas regulares e intercale com outras atividades do seu cotidiano, atentando para as suas prioridades pessoais e profissionais.
  • Desligue as notificações
    As notificações são ótimas ferramentas para compromissos importantes, mas não para uma novidade simples de postagem em rede social. Desligue-as e tenha mais controle sobre a sua vida, decidindo quando acessar as plataformas e driblando a necessidade de ter que visualizar e responder a todo momento. É um livramento.
  • Seja seletivo
    Não há necessidade de ir seguindo e interagindo com qualquer perfil que apareça pela frente. Foque nas pessoas que você já conhece e nos conteúdos que você já gosta e se sente bem em acompanhar, principalmente os que incentivam o aprendizado, o autocuidado e o bem-estar.
  • Cultive o senso crítico
    As redes sociais podem ser uma armadilha. Então, não acredite em tudo o que vê, principalmente se for uma promessa mágica para ter o corpo escultural em três meses ou cursos pagos para ficar rico em 4 semanas. Evite comparações com perfis que parecem bem-sucedidos demais e foque no seu próprio momento de vida.
  • Fomente interações reais
    Aproveitar bem as redes sociais significa também se desligar delas por completo. Principalmente em encontros presenciais, como em conversas no trabalho, na hora de assistir a um filme ou de praticar um esporte. Foque nas interações genuínas do momento e nas relações com amigos e familiares. Todo mundo sai ganhando assim.
  • Quantidade de redes
    Você realmente precisa ter contas e estar conectado a 10 redes sociais? Priorize as que você mais gosta, considerando o formato de conteúdo e a interação com outras pessoas. E, se você descobrir que já tem plataformas que nem usa mais, é hora de fazer a limpa no seu smartphone e poupar a sua mente de mais uma distração.

Como a TopMed atua na promoção da saúde mental

Como prestadora de serviços de saúde digital, a TopMed conta com programas de Gestão de Saúde Populacional com profissionais capacitados que atendem, acompanham e monitoram a promoção da saúde mental das pessoas. 

São diferentes soluções que atendem casos relacionados à saúde mental e saúde emocional. Desde o acompanhamento em linhas específicas (autocuidado, empoderamento e psicossocial) e até teleconsulta com psicólogo e psiquiatra. 

Tudo acontece de forma remota e do conforto do local de onde o usuário estiver. É o poder da inovação tecnológica da telemedicina, que derruba barreiras geográficas e alcança as áreas mais afastadas com soluções de diferentes especialidades.