Segundo um recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), as hepatites virais são a segunda causa infecciosa que mais gera mortes no mundo. Por dia, mais de 3,5 mil pessoas perdem a vida. Ao ano, esse número passa de 1 milhão desde 2019.
Acompanhando a relevância destes dados, o Dia da Luta Mundial Contra as Hepatites Virais (28 de julho) chega para fomentar a discussão da conscientização sobre a doença e seus impactos na saúde pública. Além de abrir espaço para conhecermos seus sintomas e formas de prevenção.
Vamos aprender?
O que são hepatites virais e qual seu impacto na saúde pública?
A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser causada por uma variedade de vírus, cada um com diferentes características de transmissão, evolução e gravidade. Mas existem outras causas de hepatite: uso descontrolado de alguns medicamentos, consumo de álcool em excesso e outras drogas, assim como doenças autoimunes.
Essa variedade de fatores causais envolvidos justifica a importância de campanhas de conscientização e prevenção das hepatites virais, tamanho o impacto que a doença tem no acometimento da saúde pública. Não apenas no Brasil, mas também pelo mundo, principalmente em países sócio-economicamente desfavorecidos.
Você sabia? O Julho Amarelo é o mês da luta contra as hepatites virais. A campanha foi instituída pela Lei nº 13.802/2019 e tem como objetivo informar, conscientizar e sensibilizar a população sobre a importância da prevenção contra a doença, que ainda é considerada uma preocupação na saúde pública do Brasil. Neste período, algumas das ações realizadas são:
Informe-se e se conscientize! |
Quais são os tipos de hepatites virais e como são transmitidas?
São cinco tipos de hepatites virais, respeitando a ordem das letras iniciais do alfabeto: A, B, C, D e E. Cada um destes tipos têm características únicas e em comum na forma de transmissão. Assim, vale conhecer as principais para uma conscientização sobre os causadores das variantes, identificando alguns perigos no cotidiano.
Hepatite A
A hepatite A é transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados com o vírus, geralmente pela presença de detritos ou micropartículas de fezes em contato com a boca (transmissão fecal-oral).
É o tipo mais comum na infância, sendo que grande parte dos casos acontece de forma assintomática ou pouco sintomática. O indivíduo ganha imunidade (proteção) após a manifestação.
Fontes comuns de infecção incluem:
- Beber água não potável ou comer alimentos mal lavados
- Consumir alimentos crus contaminados ou mal cozidos
- Contato próximo com pessoas infectadas em ambientes com higiene precária
Hepatite B
A hepatite B é considerada uma IST (infecção sexualmente transmissível), sendo transmitida através do contato com sangue, fluidos corporais ou secreções de uma pessoa infectada.
Este tipo pode se tornar crônica, sendo que a chance de isso ocorrer em recém-nascidos é de 90%. Nos adultos, a ocorrência da fase crônica atinge 10% dos casos. É daqui que podem surgir os casos de cirrose hepática e câncer de fígado.
As principais vias de transmissão são:
- Relações sexuais desprotegidas (sem uso de preservativo)
- Contato com sangue contaminado, por meio do compartilhamento de agulhas, seringas, lâminas de barbear ou alicates de unha, entre outros instrumentos cortantes e perfurantes
- Transmissão da mãe para o bebê durante a gravidez, no parto ou até mesmo na amamentação.
Panorama mundial das hepatites virais O mesmo relatório da OMS ainda divulgou números alarmantes sobre a prevalência de certos tipos de hepatites virais na população mundial. Os principais dados são:
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Hepatite C
Considerada uma epidemia mundial, a hepatite C também é transmitida, principalmente, pelo contato com sangue contaminado. Este tipo também pode ser crônico, chegando a acontecer em 80% dos casos e sendo bem semelhante à hepatite B crônica, assim como os principais meios de transmissão.
- Compartilhamento de agulhas, seringas, materiais de tatuagem e outros instrumentos perfurantes e cortantes
- Procedimentos médicos invasivos sem esterilização adequada de instrumentos e equipamentos
- Transmissão da mãe para o bebê durante a gravidez, parto ou no aleitamento materno
- Relação sexual desprotegida (embora menos comum por este meio)
Hepatite D
A hepatite D está associada à pré-existência da hepatite B, se manifestando apenas em pessoas contaminadas com este último tipo. Assim, os meios de transmissão seguem na linha dos já conhecidos da hepatite B, como:
- Relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada
- Compartilhamento de materiais cortantes, perfurantes ou de higiene pessoal
- Da mãe para bebê durante a gestação, no parto ou no ato de amamentar
Hepatite E
Casos de hepatite E são menos comuns, tanto no Brasil quanto no mundo. Mas as formas de transmissão são tão preocupantes quanto os outros tipos, justamente porque estão mais associadas às condições precárias de higiene e saneamento básico. Temos:
- Beber água não potável, consumir alimentos crus, mal lavados e mal cozidos
- Ingestão de detritos e micropartículas de fezes presentes na água e em alimentos
- Uso compartilhado de instrumentos cortantes e perfurantes com sangue infectado
Quais os sintomas das hepatites virais e como preveni-las?
As pessoas infectadas pelos vírus das hepatites podem não apresentar sintomas. Ou seja, a pessoa nem sabe que está com a doença, retardando a possibilidade de começar um tratamento adequado e podendo tornar a situação mais grave com o tempo.
Ainda assim, quando presentes, os sinais no corpo da presença de hepatite costumam se manifestar de forma parecida. Confira as principais delas, além de cuidados eficazes que você mesmo pode fazer no dia a dia para garantir a sua saúde, incluindo a vacinação.
A importância da vacinação no combate às hepatites virais Segundo o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais (2023), do Ministério da Saúde, os números das hepatites virais no Brasil são:
Neste cenário, a vacinação é a melhor forma de prevenção no combate à disseminação da doença. Só existe vacina para as hepatites A e B, que são distribuídas gratuitamente para gestantes, crianças, adolescentes, adultos e idosos através do calendário vacinal. |
Sinais e sintomas das hepatites virais
Os principais sinais e sintomas que aparecem na infecção das hepatites são:
- Cansaço. Fadiga persistente, falta de energia e indisposição para atividades básicas são sinais frequentes, principalmente nas hepatites B e C, que podem se tornar crônicas.
- Febre. A temperatura corporal elevada, geralmente baixa ou moderada, pode estar presente nos tipos A, B e C.
- Mal-estar. Sensação geral de indisposição, náuseas, perda de apetite e até mesmo tontura podem ocorrer nas diferentes formas da doença. Vômitos também podem acontecer.
- Dor abdominal. A sensação de desconforto localizado ou dor na região do abdômen superior direito é bastante comum, especialmente nas hepatites B e C.
- Icterícia. A pele e olhos ficam amarelados, causados pelo acúmulo de bilirrubina (pigmento amarelado liberado quando os glóbulos vermelhos se desmancham) no sangue. É um sinal clássico da presença de hepatite, principalmente a A e a E.
- Urina escura. A coloração escura da urina, semelhante ao chá escuro, ocorre devido à presença de bilirrubina.
- Fezes claras. As fezes podem ficar com coloração pálida ou acinzentada, devido à ausência de bile, líquido presente no fígado que auxilia na digestão.
Vale lembrar que, quando presentes, os sintomas comuns das hepatites não se manifestam todos ao mesmo tempo; podendo, ainda, serem confundidos com os de outras doenças. O diagnóstico precoce é crucial para o tratamento adequado e para prevenir complicações graves, como cirrose, insuficiência e câncer de fígado.
Cuidados diários para pôr em prática
A adoção de medidas preventivas é crucial para evitar a infecção por hepatites virais e garantir a saúde do seu fígado. A seguir, fique com uma lista completa de cuidados essenciais para o dia a dia.
- Higiene em foco. Praticar a higiene pessoal, lavando as mãos com frequência com água e sabão, especialmente antes de comer e após usar o banheiro.
- Relação sexual segura. Usar preservativo em todas as relações sexuais para reduzir o risco de transmissão por contato sexual (fluídos e secreções coirporais).
- Água potável. Garantir o consumo de água potável e filtrada, sempre de origem confiável. Evitar a todo custo ingerir água da torneira, que pode estar contaminada.
- Atenção com alimentos. Devem ser bem lavados e também com água potável, evitando o uso da água da torneira, além de também precisarem estar bem cozidos.
- Objetos de uso pessoal. Jamais compartilhar com outra pessoa, principalmente os que podem cortar, perfurar e colocar fluidos e sangue em contato direto.
- Medidas de segurança. Exija cuidados absolutos em procedimentos médicos, odontológicos, clínicas de exames, postos de saúde e em estúdios de tatuagem.
TopMed no combate às hepatites virais
A TopMed, sendo uma empresa de telessaúde e telemedicina, pode contribuir significativamente no combate às hepatites virais por meio de diversas estratégias e serviços com seus Programas de Saúde Populacional. Entre elas:
- Campanhas de conscientização e educação através da divulgação de conteúdos nas plataformas digitais, como o Instagram.
- Teleconsultas para orientação sobre um estilo de vida saudável. Ou mesmo pelo Pronto Atendimento Virtual para identificação precoce de sintomas suspeitos e solicitação de exames para diagnósticos.
- Telemonitoramento remoto continuado para pacientes com hepatite crônica, para prevenir complicações e descompensação da doença.
- Acesso a especialistas sempre que necessário, através de teleatendimento com hepatologistas e outros médicos de prontidão.
Vamos rumo à democratização do acesso à saúde de qualidade para todos!