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O que é dengue: sintomas, impactos na saúde pública e como se proteger

dengue não escolhe a estação: apesar de ter picos de transmissão bem maiores no verão, ela continua registrando números alarmantes no inverno no Brasil. Nos dois primeiros meses da estação mais fria do ano, foram mais de 206 mil casos confirmados no país, superando, em 66%, todo o acumulado no mesmo período de 2023 (128 mil). 

Esses números reforçam a importância da conscientização sobre a dengue durante todos os meses do ano, conhecendo seus principais sintomas e formas de prevenção mais eficientes para que todas as pessoas vivam com segurança e saúde. E é isso é exatamente o que você encontra neste artigo.

O que é dengue e como é transmitida?

A dengue é uma doença infecciosa aguda causada por um vírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Existem quatro tipos diferentes do vírus da dengue (DENV-1 à DENV-4) e a infecção por um deles não confere imunidade completa contra os outros tipos.

A principal forma de transmissão da dengue é mesmo pela picada do mosquito, que se prolifera em ambientes com água parada ou corrente, limpa ou suja. E independente do recipiente, seja um vaso de planta ou uma piscina agitada. O ciclo de vida do Aedes aegypt é curto; por isso, ele se multiplica rapidamente e dissemina a doença a níveis continentais.

Em alguns casos bem mais raros, a dengue ainda pode ser transmitida durante a gravidez, em que a gestante infectada repassa o vírus para o bebê. Além disso, também já existem evidências de contrair dengue por transfusões sanguíneas recebendo sangue de uma pessoa contaminada com o vírus. 

 

O que é dengue hemorrágica

A dengue hemorrágica é uma versão grave da dengue “comum”, acontecendo mais em pessoas que já tiveram dengue mais branda. Essa complicação ocorre quando o sistema imunológico reage de forma descontrolada ao vírus, causando alterações nos vasos sanguíneos e na coagulação, o que pode levar a sangramentos internos.

 

Por que a dengue é um problema de saúde pública?

A dengue é uma doença que não escolhe países e nem pessoas. Ela é considerada uma epidemia em diversas nações pelo mundo, mas, principalmente, as localizadas em regiões tropicais e subtropicais, como o Brasil. Por aqui, ela representa um problema de saúde pública. 

As razões disso são: 

  • Ampla distribuição geográfica
    O Brasil tem grande diversidade climática e geográfica, o que o torna ideal para a proliferação do Aedes aegypt. O mosquito está em todas as regiões, mas principalmente no Norte, Nordeste e Sudeste, justamente onde as condições climáticas são mais favoráveis à sua reprodução. 
 
  • Ausência de tratamento específico
    A dengue não tem um tratamento específico, que é feito apenas com o controle dos sintomas da pessoa infectada. A ausência de um medicamento eficaz contra o vírus da doença sobrecarrega os serviços de saúde, que precisam lidar com um grande número de casos, muitas vezes em com infraestrutura precária de atendimento.
 
  • Risco de complicações
    As complicações da dengue (hemorrágica) são eventos que exigem cuidados intensivos. A vigilância epidemiológica é crucial para monitorar a ocorrência desses casos. No país, o Ministério da Saúde faz um constante monitoramento da situação da doença, identificando áreas de risco e implementando medidas de controle.
 
  • Sistemas de saúde sobrecarregados
    Os surtos de dengue geram uma sobrecarga significativa nos sistemas de saúde, principalmente em hospitais. A demanda por leitos, medicamentos e profissionais aumenta bastante, assim como os custos relacionados aos tratamentos paliativos da doença, sendo um grande desafio para gestores públicos.
 
  • Mosquito resistente a inseticidas
    A resistência do Aedes aegypti aos inseticidas dificulta o controle da população do mosquito, exigindo a busca por novas estratégias de combate à dengue. Entre elas o desenvolvimento de inseticidas ainda mais tóxicos e a intensificação de campanhas de educação em saúde e prevenção.
 
  • Mudanças climáticas
    As mudanças climáticas estão gerando aumento da temperatura e das chuvas, associado a eventos climáticos extremos, como secas e enchentes. Isso pode favorecer a proliferação do mosquito e expandir a área de transmissão da dengue para regiões antes consideradas de menor risco

Quais os sintomas da dengue?

A dengue pode ser assintomática, mas quando os sintomas aparecem, eles podem ser leves ou mais graves, dependendo do grau da manifestação da doença. Nesse caso, temos dois cenários, um para a dengue clássica e outro para a dengue hemorrágica. Em qualquer um deles, ligue o alerta para buscar ajuda médica o quanto antes. 

Confira a tabela abaixo de sintomas comuns dos dois tipos. 

Dengue clássica Dengue hemorrágica
  • Dores de cabeça e febre com temperatura alta; 
  • Dores musculares, nas articulações e na região dos olhos;
  • Manchas vermelhas pelo corpo (bolinhas bem pequenas);
  • Sensação de cansaço e falta de apetite.
  • Fortes dores abdominais e vômitos persistentes;
  • Sangramentos: gengiva, nariz, pele e mucosas;  
  • Apatia, agitação e confusão mental
  • Dificuldade respiratória e comprometimentos de órgãos (fígado e coração, entre outros)


Como prevenir a dengue e a importância da vacinação

A dengue não tira férias. E a prevenção precisa vir da consciência de cada pessoa com cuidados em todas as estações do ano. O foco principal deve ser no combate aos criadouros a céu aberto, que costumam acumular água parada e abrigar ninhadas inteiras do mosquito Aedes aegypti.  

Veja o que você pode fazer:

 

Em casa e no quintal

  • Se possível, remova os recipientes que possam acumular água, como os pratos dos vasinhos de plantas e baldes, independente se for dentro ou fora de casa. Você também pode adicionar areia ou terra nos vasinhos e deixar garrafas viradas para baixo.

     

  • Se puder, instale telas de proteção nas janelas de casa, impedindo a entrada dos mosquitos para os cômodos. Além disso, também é possível instalar mosquiteiros em camas e em berços, bloqueando os insetos na hora de dormir e também protegendo as crianças.

 

  • A aplicação do repelente na pele descoberta deve ser diária. A indicação é de, no máximo, 3 vezes ao dia, sem exageros. Se o cheiro do repelente for desagradável, saiba que já existem opções com odores mais . Se possível, reforce a proteção usando os de tomada.

     

  • Piscinas, reservatórios e caixas d’água devem ficar vedados, assim como latas de lixo ou qualquer outro objeto que possa acumular água. Junto a isso, calhas, ralos e lajes precisam ficar desobstruídos para manter o fluxo corrente da água, evitando novos criadouros.

No trabalho e na escola

  • Desenvolver campanhas de conscientização com a distribuição de cartilhas e materiais educativos para colaboradores, alunos e professores. O conteúdo deve reforçar a importância da responsabilidade compartilhada e mostrar ações práticas de como prevenir a dengue.

     

  • Nas áreas externas, garantir que qualquer recipiente com potencial para acumular água esteja vedado ou virado para baixo. Além disso, as janelas também podem receber telas de proteção, assim como terra ou areia nos pratinhos de vasos de planta.

     

  • Lixeiras, ralos, pias, vasos sanitários e bebedouros de animais também podem acumular água e se tornarem criadouros. Por isso, é recomendado organizar um checklist de inspeção das áreas de conveniência para identificar perigos e manter ações práticas de prevenção.

     

  • Nunca é demais relembrar a importância dos repelentes, não exagerando na aplicação e nem na quantidade de vezes ao longo do dia. Em ambiente corporativo e em escolas, é sempre uma ótima ideia usar o reforço dos repelentes que se conectam às tomadas, reforçando a proteção de todos.

     

Sociedade imunizada: a vacina da dengue já é uma realidade!

O Brasil é o primeiro país no mundo a distribuir a vacina contra a dengue por uma rede de saúde pública (SUS). 

É a QDenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda e que, inicialmente, foi liberada pela ANVISA para aplicação em áreas de alta prevalência da doença e apenas em crianças entre 10 e 14 anos, o grupo com maior número de hospitalizações. 

Porém, vale ficar atento: o laboratório garante que a QDenga é capaz de imunizar pessoas entre 4 e 59 anos de idade. 

Assim, alguns municípios já estão flexibilizando a faixa etária de aplicação, de acordo com as necessidades locais e as orientações de liberação do Ministério da Saúde

Então, informe-se sobre o momento da sua região. 

Por enquanto, não é recomendada a vacinação para pessoas a partir dos 60 anos, pois não existem estudos científicos que comprovem a eficácia e a segurança do imunizante para essa faixa etária. 

E lembre-se: a importância da vacinação tem tudo a ver com saúde pública!
Cuide-se!

 

Como a TopMed contribui no combate à dengue

No papel de empresa prestadora de serviços de telessaúde e telemedicina, a TopMed contribui para o combate à dengue com seus programas de Gestão de Saúde Populacional. Somente nos três primeiros meses de 2024, 16% das teleconsultas tiveram a dengue como hipótese diagnóstica.

A partir do Pronto Atendimento Virtual, os usuários recebem orientações individualizadas dos próximos passos, seja para aprofundar o diagnóstico consultando um médico especialista ou iniciando o tratamento mais indicado. Tudo acontece de forma remota e do conforto do local de onde a pessoa estiver.