gestante recebendo, de um médico, orientações e acompanhamento sobre cuidados na gravidez

Cuidados na gravidez: dicas para uma gestação tranquila e segura

Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (PNS) mostra que, no Brasil, das 4,6 milhões de grávidas entre 2017 e 2019, 88,8% tiveram seis ou mais consultas de pré-natal. Ao passo que 7,8% tiveram de uma a cinco consultas e 1% não teve qualquer iniciação com o pré-natal. 

Embora estes dados indiquem uma alta adesão aos cuidados na saúde das gestantes, ainda existe margem para melhorias. Nesse sentido, o Dia da Gestante (15 de agosto) chega para reforçar a importância dos cuidados na gravidez, tanto para a saúde da mãe quanto para o bebê. 

Sendo um período de grandes mudanças físicas e emocionais, vamos explorar algumas das preocupações dessa fase e ações práticas para garantir uma gestação mais tranquila e segura.  

A importância do pré-natal nos cuidados na gravidez

O pré-natal é muito mais do que apenas uma rotina de consultas médicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a rotina de pré-natal justamente para garantir o bem-estar da mãe e do bebê durante toda a gestação. Ele é fundamental porque:

  • Exames de pré-natal
    Durante o período pré-natal, são realizados vários exames fundamentais para monitorar a saúde da mãe e do bebê, permitindo a identificação precoce de possíveis problemas. Esses exames são essenciais para garantir uma gestação saudável e prevenir complicações durante o parto. Tanto médicos obstetras quanto enfermeiros qualificados desempenham um papel crucial nesse processo, ajustando as recomendações de acordo com as necessidades individuais de cada gestante, respeitando as particularidades.

     

  • Identificação de riscos e prevenção de doenças
    No acompanhamento de pré-natal, é possível identificar fatores de risco materno, como idade avançada, gestação gemelar, diabetes, hipertensão, entre outros. A detecção desses fatores reforça a necessidade de um acompanhamento mais rigoroso para garantir que a gestação evolua de forma saudável. Além disso, ressalta a importância de adotar medidas preventivas para proteger tanto a mãe quanto o bebê, com o objetivo de prolongar a gestação e minimizar possíveis complicações.

 

  • Acompanhamento do desenvolvimento fetal
    O pré-natal acompanha a evolução do bebê desde o início da gestação, verificando o ganho de peso gradual e se ele está se desenvolvendo de acordo com a idade gestacional. Também é possível auscultar os batimentos cardíacos, fazer uma avaliação dos movimentos fetais e identificar se a posição do bebê no útero está de acordo para um parto mais seguro. E o monitoramento regular durante a gestação permite ajustes no plano de cuidados, garantindo uma gravidez mais segura e saudável.

Gestante e obstetra: um relação de confiança

Grande parte do sucesso do acompanhamento pré-natal está na relação entre a gestante e a equipe obstetrícia. 

Essa relação deve ser pautada em segurança, respeito e cumplicidade, para que a gestante e seus familiares se sintam à vontade para expressar todas as preocupações e esclarecer as dúvidas quanto à gravidez, ao parto e ao período pós-parto. 

A comunicação deve ser aberta, objetiva, transparente e respeitosa de ambos os lados, garantindo um pré-natal mais humanizado e sem intercorrências. 

O médico, por exemplo, deve sempre oferecer todas as opções existentes de forma isenta, permitindo que a gestante tome decisões assertivas sobre a sua saúde e a do bebê. 


Cuidados na gestação: alimentação e atividade física

Saúde tem tudo a ver com uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos. O mesmo vale para os cuidados na gravidez: tudo começa com a adoção de hábitos saudáveis, que potencializam os resultados e colaboram para que esta etapa da vida seja mais tranquila e livre de complicações.

Alimentação balanceada: nutrindo duas vidas

Uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes essenciais melhora o bem-estar e o humor materno, contribui para o desenvolvimento saudável do bebê e atua na prevenção de complicações e de doenças na gestação. 

A recomendação é consumir frutas, legumes e verduras, além de uma quantidade adequada de tipos de proteínas, como as carnes magras e os laticínios (leites, iogurtes e queijos). É importante também incluir cereais integrais na dieta para garantir a ingestão de uma ampla gama de nutrientes essenciais ao corpo.

Evite ao máximo alimentos ultraprocessados, como salame e salsicha. E também produtos industrializados, como salgadinhos e bolachas recheadas. Eles contêm altos níveis de açúcar e aditivos prejudiciais à saúde. Fora que não são alimentos saudáveis e podem ser especialmente prejudiciais à gestação.

É sempre indicado procurar a orientação de um nutricionista para sugestões de comidas e refeições que podem se encaixar na rotina. 

Sempre respeitando as necessidades individuais de saúde de cada gestante e também beneficiando a saúde do bebê, que está em pleno desenvolvimento. 


Exercícios físicos: bem-estar para mães e bebês

A atividade física oferece inúmeros benefícios, tanto para a mãe quanto para o bebê. A prática regular ajuda a controlar o peso, melhora a circulação, promove um sono de qualidade, alivia o estresse e ameniza as dores nas costas. 

Mas, sobretudo, prepara o corpo para o momento do parto, contribuindo para uma gestação mais saudável e tranquila.

Exercícios físicos de baixa intensidade e de curta duração, como alongamentos, caminhadas leves, hidroginástica e yoga são opções leves para começar bem. E, com o tempo, é possível ir ajustando a rotina com outras opções e intensidades.  

É importante buscar orientação com um educador físico para receber sugestões sobre qual a melhor prática de atividade física. 

O profissional irá avaliar a condição de saúde, ajustando a duração e a intensidade dos exercícios conforme a progressão da gestante. 

E, claro, saber respeitar as orientações do médico obstetra, caso a orientação recebida seja a de não praticar atividade física.


A relação entre rede de apoio e saúde mental na gestação

A gestação é um período de grandes transformações na vida da gestante, tanto físicas como emocionais. As mudanças hormonais, as incertezas sobre o futuro e as novas responsabilidades podem gerar uma série de preocupações e emoções intensas, como alegria, ansiedade e até mesmo tristeza. É aqui que se faz necessária a presença de uma rede de apoio.

Mas o que é rede de apoio?

É um grupo de pessoas próximas à gestante que oferecem suporte prático, emocional e social durante a gravidez. Essa rede deve incluir pessoas de confiança e dispostas a dedicar parte da sua rotina para tornar a vida da gestante mais flexível e confortável, além de menos estressante e exaustiva. 

Essas pessoas podem ser: familiares, amigos, relacionamentos, grupos de apoio para gestantes e profissionais de saúde. Garantir que a rede de apoio seja estabelecida desde os primeiros momentos da gravidez, e até mesmo após o parto e durante a amamentação, traz uma série de benefícios principalmente para a mãe, mas também aos envolvidos. 

  • Melhora na autoestima e no humor
    Sentir-se bem-cuidada, valorizada, compreendida e incentivada por pessoas importantes do círculo de pessoas fortalece a autoestima e o humor da gestante, contribuindo para uma gravidez mais tranquila e feliz. Celebrar as pequenas e grandes conquistas nesta fase também a ajuda a se sentir mais realizada.

     

  • Prevenção da depressão
    O suporte emocional, a ajuda com as tarefas diárias e a abertura de um espaço para uma comunicação mais aberta e vulnerável podem ajudar a reduzir os sintomas da depressão. Além disso, criar uma rotina com atividades prazerosas pode afastar momentos mais tristes e de baixa autoestima.

     

  • Incentivo a hábitos saudáveis
    Estar cercada de pessoas que já têm hábitos saudáveis pode servir como um incentivo para a gestante adotar comportamentos semelhantes. A companhia da pessoa com quem se relaciona, amigos e familiares, em atividades físicas ou na hora de cozinhar, pode tornar esses momentos mais agradáveis e consistentes.

     

  • Acesso a informações
    Outras mulheres que já passaram pela gestação podem compartilhar suas histórias e dicas, ajudando a gestante a se preparar para os desafios da maternidade. E, em caso de necessidade, a rede de apoio pode indicar profissionais de saúde confiáveis, como obstetras e psicólogos.

     

  • Senso de utilidade
    Estar envolvido ativamente na gestação traz à rede de apoio uma sensação de pertencimento e satisfação. Ajudar com o que for possível e ter responsabilidade com o bem-estar e a saúde de duas vidas faz com que as pessoas se sintam mais úteis e necessárias para o momento. 


O papel do
companheirismo e da família na gravidez

Carregada de desafios e preocupações, a gestação não deve ser uma responsabilidade totalmente atrelada à gestação. A pessoa com quem ela se relaciona e a família devem participar ativamente desta fase, contribuindo ativamente para a saúde e o bem-estar da gestante e do bebê. 

Pilar de apoio incondicional na pessoa com quem se relaciona

Independente de quem seja o suporte da gestante, ela deve receber apoio físico, emocional e prático. Essa pessoa deve atuar como um pilar de apoio incondicional, demonstrando responsabilidade compartilhada na preparação para a chegada da nova vida. Atitudes de cuidado e colaboração ajudam a aliviar a pressão social sobre a gestante, promovendo um ambiente mais equilibrado e acolhedor.

Veja algumas recomendações de que tipos de ações podem ser feitas. 

  • Acompanhamento médico
    É fundamental que a gestante seja acompanhada pela pessoa com quem se relaciona nas consultas médicas, ajudando na compreensão das orientações e tomando decisões importantes junto com ela. Esse acompanhamento também deve ser refletido fora dos consultórios, em qualquer necessidade de saúde que a gestante tenha na gravidez.

     

  • Compartilhar responsabilidades
    A divisão das tarefas domésticas e compromissos com o lar deve ser encarado como uma obrigação natural para a pessoa com quem a gestante se relaciona. A conscientização sobre a importância dessa responsabilidade compartilhada alivia demais a sobrecarga na gestante, que está numa fase mais delicada fisicamente e emocionalmente.

     

  • Escuta ativa e honesta
    Estar presente para ouvir e compreender as emoções da gestante é essencial para fortalecer o vínculo do casal e completar o apoio emocional. O foco deve ser sempre nas necessidades cotidianas da mulher para que ela tenha uma gravidez sem muitos momentos exaustivos.

     

  • Compartilhar medos e incertezas
    É natural que tanto a gestante quanto a pessoa com quem ela se relaciona se sintam aflitos, tenham medos e incertezas em relação ao futuro. Compartilhar esses sentimentos em conversas mais vulneráveis e realistas pode fortalecer o vínculo e proporcionar um espaço seguro para expressarem suas emoções.

     

  • Preparação para a paternidade
    A pessoa com vínculo amoroso também precisa se preparar para a chegada do bebê, ajustando o ambiente, participando de cursos de preparação e buscando informações sobre os cuidados com o recém-nascido. Cumprir as recomendações anteriores também já serve de preparação para uma rotina familiar mais aconchegante.

     

Família: rede de amor incondicional

A família, considerando que sejam as pessoas mais próximas do círculo da gestante, também desempenha um papel importantíssimo no sucesso e na tranquilidade da gravidez. De uma maneira geral, o apoio deve contribuir na superação dos desafios diários ao construir uma rede de cuidados com a gestante e o bebê.

  • Ajuda prática
    A família deve ajudar com tarefas domésticas, cuidar de outros filhos ou crianças nos arredores, ter consciência em oferecer transporte para consultas médicas e sistematizar o preparo de refeições nutritivas. A ideia é facilitar o momento, tornando os ambientes mais agradáveis.

     

  • Criação de expectativas positivas
    Um ambiente familiar positivo e cheio de amor contribui para que a gestante se sinta segura e protegida, o que também reflete no bem-estar do bebê. Respeitar os limites dos pais, priorizar conversas humanizadas e pensar em formas acolhedoras de contribuir no dia a dia faz toda a diferença.

     

  • Comunicação aberta
    Os familiares que se dispuserem à rede de apoio precisam desenvolver a habilidade de se comunicar abertamente, evitando conflitos e reconhecendo pontos de melhorias no apoio físico e emocional à gestante. Além de prestar atenção em formas de contribuir para a formação de um ambiente sadio à espera do bebê.

     

  • Opiniões divergentes
    Em meio às preocupações com a gestante e os desafios com a chegada do bebê, é comum que familiares tenham opiniões diferentes sobre as melhores práticas do que deve ser feito. O ideal é chegar a uma conclusão de como agir com muito respeito, com compreensão e tato, dando preferência às necessidades da gestante. 

     

Gestantes e TopMed: uma parceria de Entrelaços

No papel de prestadora de serviços de saúde a distância, a TopMed contribui com o bem-estar de gestantes através do Entrelaços, um programa de acompanhamento, orientação e suporte durante todo o período da gravidez e após o parto. 

Além do contato ativo feito por enfermeiros, nutricionistas e psicólogos, a gestante – e a família – podem entrar em contato com a equipe de saúde, em qualquer horário e em todos os dias da semana, para aprender o melhor jeito de lidar com as adversidades da gravidez.

É a TopMed na busca incansável pelo acesso das pessoas à saúde de qualidade!