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A importância da amamentação: conscientização social, benefícios e cuidados

No Brasil, quase 100% das mulheres iniciam a amamentação assim que o bebê nasce, mas apenas 35% delas consegue manter o aleitamento materno até os dois anos. Esse cenário é influenciado por diversos fatores, como as dificuldades da prática e a rotina de trabalho, que impede muitas mulheres de priorizar a maternidade e a amamentação.

Como forma de estimular a importância da amamentação e apoiar mães, bebês e crianças, surgiu a Semana Mundial da Amamentação, celebrada entre 1 e 7 de agosto. Neste artigo, vamos explorar os benefícios, desafios e cuidados nessa fase tão essencial.   

Agosto Dourado: um mês de conscientização

No Brasil, o mês de agosto como Agosto Dourado, sendo instituído pela Lei nº 13.435/2017, como o Mês do Aleitamento Materno. A cor dourada foi escolhida porque o leite materno é considerado “padrão ouro” em termos de alimentação infantil. 

Durante este período, diversas iniciativas são realizadas para informar e mobilizar a sociedade sobre a importância da amamentação para a saúde do bebê e da mãe. Entre elas:

  • Conscientização sobre os Direitos das Mães que Amamenta. A lei e a campanha destacam a importância de respeitar e proteger os direitos das mães que amamentam, como o direito ao aleitamento no local de trabalho e a garantia de intervalos para amamentação.

  • Eventos e palestras. Especialistas abordam os benefícios do aleitamento materno e tiram dúvidas das futuras e novas mamães.

  • Divulgação na mídia. Campanhas publicitárias e reportagens especiais reforçam a mensagem da importância da amamentação.

  • Reuniões em comunidades. Discussões sobre os desafios e as oportunidades para promover a amamentação em diferentes contextos.

Os esforços do poder público, da sociedade civil e das empresas é fundamental para garantir que todas as mulheres tenham acesso à informação e ao apoio necessários para amamentar seus filhos.


A importância da amamentação e o papel do leite materno

A amamentação é um ato natural após a gestação, sendo fundamental para o desenvolvimento saudável do bebê e para a recuperação da mãe. A importância do leite materno vai muito além da nutrição, proporcionando um vínculo afetivo entre mãe e filho e contribuindo para a saúde de ambos a longo prazo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o leite materno é o alimento mais completo para bebês até os seis meses de idade. E, após este período, ele ainda deve fazer parte da nutrição das crianças de até dois anos, como um complemento poderoso.

Tudo isso porque o leite materno fornece todos os nutrientes necessários para o crescimento e o desenvolvimento de recém-nascidos e crianças pequenas. Confira o que mais faz dele ser considerado um grande aliado à saúde nestes primeiros momentos – e que acaba refletindo em todos os outros anos da vida.  

  • Composição nutricional perfeita. O leite materno é composto por mais de 200 nutrientes, incluindo proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas, minerais, hormônios e enzimas digestivas. É um super alimento indispensável para a saúde do bebê.

  • Adaptação às necessidades do bebê. A composição do leite materno se adapta e se aprimora ao longo da amamentação, na proporção ideal de cada nutriente, às necessidades específicas em cada fase do seu crescimento e desenvolvimento.

  • Fácil digestão. O leite materno é rico em lactose e enzimas que auxiliam na digestão do bebê e na absorção dos nutrientes. Além de fornecer hidratação diária necessária.

  • Prático e econômico. Salvo dificuldades na produção do leite materno durante a amamentação, ele fica sempre disponível na temperatura ideal. Além de também ser gratuito, inclusive em bancos de leite, o que representa uma grande economia para a família, que não precisa investir em suplementação ou fórmulas.

 

Leite materno pode ser substituído por fórmulas?

Sim, é possível substituir o leite materno por fórmulas, mas apenas em situações muito específicas. Segundo as novas recomendações da OMS, isso deve acontecer apenas quando a amamentação não for possível.

Como em casos devido a dificuldades na prática, baixa produção de leite ou de empedramento severo das mamas. Além disso, é essencial consultar um especialista para avaliar a necessidade de suplementação nutricional, garantindo assim  

 

Quais os benefícios da amamentação para o bebê? 

Os bebês são, de fato, o foco do aleitamento materno. Afinal, eles estão apenas começando suas vidas e precisam de todos os reforços necessários para se desenvolverem e crescerem com saúde. Entre outros benefícios da amamentação para eles, os principais são:

  • Desenvolvimento físico e imunológico. A combinação de compostos e nutrientes do leite materno são a garantia de que ele irá crescer com saúde, além de fortalecer seu sistema imunológico já nos anos iniciais de vida, justamente porque o alimento conta com anticorpos e células de defesa.

  • Redução do risco de doenças. A amamentação exclusiva até os seis meses de vida e continuada até os dois anos ou mais está associada à menor incidência de doenças crônicas na infância e na vida adulta, como obesidade, diabetes, alergias e doenças autoimunes.

  • Desenvolvimento cognitivo. Estudos demonstram que a amamentação contribui para o melhor desenvolvimento cognitivo do bebê, impactando positivamente sua inteligência, memória e capacidade de aprendizado. É o cérebro e os órgãos sensoriais sendo estimulados desde os primeiros momentos de vida.

  • Saúde bucal. O ato de sugar o leite materno auxilia no desenvolvimento da arcada dentária e na formação dos dentes, além de proteger contra cáries e outras doenças bucais. O próprio movimento de sugar e de engolir são já estimulados nesta idade, também facilitando os movimentos respiratórios.

Quais os benefícios da amamentação para a mãe? 

Além dos bebês e crianças até dois anos, as mães também são beneficiadas com o ato de amamentar. O foco aqui é mais nos cuidados com a recuperação após a gestação, mas que também se reflete em vantagens para a vida toda quanto à saúde da mulher de uma maneira geral.  

  • Recuperação pós-parto. A sucção do bebê no seio materno estimula a produção de oxitocina, um hormônio que auxilia na contração do útero, reduzindo o risco de hemorragias e anemia pós-parto. A amamentação frequente ainda ajuda a regular o ciclo menstrual e reduzir o fluxo sanguíneo no pós-parto.

  • Controle do peso. A produção do leite exige um alto gasto energético, ou seja, o metabolismo fica acelerado, contribuindo para a queima de calorias e a perda gradual de peso nas semanas após o parto. Também acontece a regulação do apetite e a prevenção do acúmulo de gordura corporal neste período.

  • Redução do risco de doenças. O leite materno contém compostos que protegem as células do corpo da mãe contra o desenvolvimento de doenças. Amamentar por um período prolongado está associado à menor incidência de doenças crônicas na mulher. Entre ela, o câncer de mama e de ovários, além do diabetes tipo 2 e problemas cardíacos.

  • Saúde mental e emocional. O ato de amamentar libera hormônios que proporcionam uma sensação de bem-estar, ajudando a reduzir o estresse e a ansiedade nesta nova fase na vida da mulher – e da família. A combinação dessas substâncias também ajudam na manutenção da autoestima, combatendo os sintomas de depressão pós-parto.

 

A amamentação é um “ato de amor”?

Sim, amamentar é um ato de amor e um momento especial entre mãe e bebê. No entanto, é importante ressaltar que a amamentação também pode ser desafiadora e nem sempre é um processo fácil. Muitas vezes, idealizamos essa experiência e esquecemos que ela pode envolver dificuldades, como dor, cansaço e frustração.

Para tornar a amamentação uma experiência mais positiva, é essencial que a mãe receba apoio de todos ao seu redor. E ele pode vir de várias formas, como auxílio nas tarefas diárias, oferecendo palavras de incentivo ou até mesmo participando das consultas médicas. 

Dessa forma, a responsabilidade não fica toda nos ombros da mãe, ela se sente mais acolhida e menos sobrecarregada. Lembrar que a amamentação é uma responsabilidade compartilhada ajuda a criar um ambiente mais tranquilo e favorável para todos, especialmente para o bem-estar do bebê e da mãe.

 

5 desafios no aleitamento materno e como superá-los

Apesar de ser um processo natural, a amamentação pode apresentar dificuldades inesperadas. E superá-las é fundamental para garantir a melhor experiência possível com a amamentação, tanto para o bebê, quanto para a mãe. Vamos explorar cinco desses desafios e ver formas de como amenizá-los com dicas e informações valiosas para pôr em prática no cotidiano. 

1. Pega incorreta

A “pega” se refere à forma como o bebê abocanha o peito da mãe para se alimentar. Uma boa pega é essencial para garantir que o bebê consiga sugar o leite de forma eficaz e confortável. Além de prevenir problemas, como dor nos mamilos e inflamação das glândulas mamárias (mastite).

O que fazer? 

  • Posicionamento correto. O bebê deve estar de frente para a mãe, com a cabeça, ombros e quadris alinhados. O nariz do bebê deve estar na altura do mamilo.

  • Boca bem aberta. O bebê deve abrir a boca amplamente, de modo que consiga abocanhar uma grande parte da aréola e não apenas o mamilo. Isso ajuda a evitar dores e rachaduras nos mamilos.

  • Lábios voltados para fora. Os lábios do bebê devem estar virados para fora, como se fossem “lábios de peixe”. Isso é sinal de que o bebê está pegando bem.

  • Queixo tocando o peito. O queixo do bebê deve tocar o peito da mãe, e o nariz pode estar próximo ao peito, mas sem estar obstruído.

Vale ressaltar que uma boa pega é importante não apenas para o conforto da mãe, mas também para garantir que o bebê receba a quantidade adequada de leite, promovendo uma amamentação eficiente e saudável.

2. Dores e fissuras nos mamilos 

A dor nos mamilos é comum nos primeiros dias de amamentação, sobretudo por conta de fissuras (rachaduras) no bico / mamilo causadas por sucções mais rígidas, provenientes de uma pega incorreta e menos ajustada à forma orientada de amamentar. Geralmente, tendem a diminuir com o tempo, tornando o aleitamento materno mais tranquilo e confortável para a mãe e também para o bebê. 

O que fazer? 

Primeiro de tudo, garantir que a pega está ajustada, com as recomendações já descritas acima, pois esse será o grande diferencial para evitar as dores e fissuras. Então, também é possível passar algumas gotinhas do próprio leite materno para hidratar e lubrificar a região, deixando agir até secar. E, se possível, expor as mamas ao sol para deixar a região seca, evitando a proliferação de bactérias e fungos.

3. Baixa produção de leite

Impulsionada pela ação de hormônios, a maioria das mulheres produz leite materno suficiente para alimentar o bebê logo após o parto. Porém, é possível que ocorra baixa produção de leite, que costuma estar atrelada à frequência e duração das mamadas, fatores fisiológicos e psicológicos. 

O que fazer? 

Amamentar sob demanda, ou seja, sempre que o bebê mostrar sinais de que quer se alimentar. E ter uma frequência no oferecimento das mamas para o aleitamento materno, garantindo o esvaziamento do volume de leite acumulado nelas e estimulando uma nova leva de produção de leite materno. Alimentar-se e se hidratar bem também favorece esse processo. 

4. Ingurgitamento mamário

Este é o termo científico para o “leite empedrado”, em que o leite materno fica acumulado nas mamas, causando inchaço, dor e desconforto. Isso geralmente ocorre nos primeiros dias após o parto, quando a produção de leite está se estabelecendo. Mas também pode acontecer a qualquer momento durante a amamentação.  

O que fazer? 

  • Amamentar sob demanda. Amamentar com frequência, sempre que o bebê mostrar sinais de fome, ajuda a esvaziar os seios e a aliviar o desconforto.

  • Pega eficiente. Garantir que o bebê tenha uma boa pega pode ajudar a esvaziar melhor o seio.

  • Usar compressas. Aplicar compressas quentes antes da amamentação pode ajudar no fluxo de leite. Já as compressas frias após a mamada podem reduzir o inchaço e a dor.

  • Extração de leite. Se o bebê não conseguir mamar o suficiente, a mãe pode extrair o leite manualmente ou usar uma bombinha para aliviar o ingurgitamento.

  • Sutiã confortável. Usar um sutiã de apoio confortável e evitar roupas apertadas podem ajudar a aliviar o desconforto. 

5. Cansaço físico e emocional

Sendo uma fase tão nova e complexa na vida da mãe, o aleitamento materno pode causar desgaste físico e mental. Alterações nos hormônios, a privação de sono por conta da rotina exaustiva e a pressão da responsabilidade para cumprir seu papel na maternidade podem ser grandes geradores de estresse para ela. O emocional também pode ser um grande obstáculo, podendo causar inseguranças, cansaço mental e depressão pós-parto.

O que fazer? 

Garantir a proximidade de pessoas de confiança que servirão como uma rede de apoio para este momento tão delicado. Então, não tenha vergonha de pedir ajuda e delegar tarefas da rotina para amenizar a sobrecarga da mãe. Outras soluções paralelas: descansar e dormir sempre que puder, alimentar-se e se hidratar bem e manter uma rotina de exercícios leves e relaxantes que fomentam o equilíbrio hormonal, físico e emocional. 

Como a TopMed contribui para a conscientização da amamentação

A TopMed, como prestadora de serviços de saúde à distância, apresenta o Entrelaços: um programa completo de acompanhamento, orientação e suporte para gestantes, desde a confirmação da gravidez até os dois anos de vida do bebê. Toda a jornada é acompanhada e monitorada por enfermeiros, além de nutricionistas e psicólogos, que unem forças para garantir a saúde e o bem-estar de mães e pequeninos.  

Agora, temos um convite para fazer! 

Em 7 de agosto, às 13:30h (horário de Brasília), a TopMed terá um Webinar sobre o Agosto Dourado: Conscientização sobre o Aleitamento Materno. Venha aprender informações valiosas, abordagens e mitos da amamentação com especialistas. Queremos apoiar e encorajar mães e famílias neste momento tão especial – e desafiante – da vida. 

O link para assistir está logo abaixo. Ative o sininho para não perder a programação!

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