Nos últimos anos, as “canetas emagrecedoras” se tornaram um fenômeno e um problema no Brasil. Prometendo perda de peso rápida e eficaz, esses medicamentos injetáveis ganharam espaço nas redes sociais, consultórios e até mesmo em conversas informais.
Mas, junto com a popularidade, vieram também os riscos: uso indiscriminado, automedicação e até falsificações. Diante desse cenário, a Anvisa atualizou as regras para a venda desses medicamentos em 2025, com o objetivo de proteger a saúde da população.
Neste artigo, você vai entender o que muda com a nova norma, quais são os riscos reais e por que o acompanhamento médico é indispensável.
O que são as “canetas emagrecedoras”?
São medicamentos injetáveis desenvolvidos inicialmente para o tratamento do diabetes tipo 2, mas que também demonstraram eficácia na perda de peso. Elas contêm substâncias como semaglutida, liraglutida e tirzepatida, que pertencem à classe dos agonistas do receptor GLP-1 (e, no caso da tirzepatida, também do receptor GIP).
Esses medicamentos atuam de forma multifatorial no organismo:
- Reduzem o esvaziamento gástrico, prolongando a sensação de saciedade;
- Diminuem o apetite, o que leva à ingestão de menos calorias ao longo do dia;
- Estimulam a liberação de insulina e ajudam a equilibrar os níveis de açúcar no sangue;
- Reduzem a produção de glicose pelo fígado, contribuindo para o controle glicêmico.
A combinação desses efeitos resulta em uma perda de peso significativa, especialmente quando o uso é aliado a uma alimentação equilibrada e à prática regular de exercícios físicos.
As principais “canetas” disponíveis no mercado brasileiro incluem:
- Ozempic (semaglutida): aprovado para diabetes, mas usado off-label para emagrecimento;
- Saxenda (liraglutida): aprovado especificamente para controle de peso;
- Mounjaro (tirzepatida): mais recente, com ação dupla (GLP-1 e GIP), potencializando os efeitos de saciedade e controle glicêmico.
Como funcionam as “canetas emagrecedoras”?
Elas atuam diretamente no sistema digestivo e no controle do apetite, por meio de substâncias que imitam hormônios naturais do corpo, como o GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1) e, em alguns casos, o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose).
Esses hormônios são responsáveis por regular a saciedade, o esvaziamento gástrico e os níveis de glicose no sangue. Ao serem aplicadas, as canetas reduzem a velocidade com que o estômago se esvazia, prolongando a sensação de saciedade e diminuindo o apetite.
Além disso, estimulam a liberação de insulina e reduzem a produção de glicose pelo fígado, o que contribui para o controle glicêmico. O resultado é uma menor ingestão calórica ao longo do dia, favorecendo a perda de peso de forma gradual e sustentada, especialmente quando associadas a hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos.
Para quem elas são indicadas?
Apesar da fama de “caneta milagrosa”, essas medicações não são para qualquer um. A indicação correta inclui:
- Pessoas com obesidade (IMC igual ou maior que 30);
- Pacientes com sobrepeso (IMC ≥ 27) e doenças associadas, como hipertensão ou diabetes tipo 2;
- Indivíduos sob acompanhamento médico especializado, com plano de tratamento contínuo.
Esses medicamentos podem ser utilizados nesses casos desde que seja feita a prescrição médica, exames complementares e acompanhamento médico. A automedicação, especialmente para fins estéticos, é perigosa e pode gerar consequências graves para a saúde.
Os riscos por trás do uso indiscriminado
A popularização das “canetas emagrecedoras” levou ao uso fora do controle médico, e os impactos já estão aparecendo. De acordo com especialistas, os efeitos adversos mais comuns incluem:
- Náuseas, vômitos e constipação;
- Pancreatite aguda (inflamação grave do pâncreas);
- Risco de hipoglicemia (queda de açúcar no sangue);
- Diminuição da eficácia de anticoncepcionais orais;
- E em casos mais graves, até internações em UTI.
Casos recentes mostraram pacientes intoxicados após uso de canetas falsificadas adquiridas em redes sociais ou importadas ilegalmente de outros países. O uso indiscriminado já levou à internação de pessoas sem histórico clínico de obesidade ou diabetes, que estavam apenas buscando uma perda de peso rápida.
O que muda com a nova regra da Anvisa?
Diante da alta demanda e do uso indevido, a Anvisa publicou em abril de 2025 uma nova regulamentação para restringir e controlar a venda desses medicamentos.
A partir de junho de 2025, a compra de medicamentos como Ozempic, Wegovy, Mounjaro, Saxenda e outras 12 que atuam como agonistas do GLP-1, só poderá ser feita com receita médica retida pela farmácia, como já acontece com antibióticos.
Veja o que muda na prática:
- A receita médica deve ter duas vias (uma delas ficará retida na farmácia);
- A validade da receita é de 90 dias;
- A venda deve ser registrada no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC);
- A nova regra vale para medicamentos de uso oral e injetável, inclusive o Rybelsus;
- A medida já entrou em vigor desde junho de 2025.
A decisão da Anvisa foi apoiada por entidades como a Sociedade Brasileira de Diabetes e a de Endocrinologia.
Por que o acompanhamento médico é indispensável?
A promessa de um corpo magro em pouco tempo sempre atraí milhares de pessoas, mas o uso inadequado das “canetas emagrecedoras” pode ser extremamente prejudicial.
Sem avaliação médica, é impossível prever reações adversas, monitorar os efeitos metabólicos e fazer ajustes no tratamento.
Além disso, o emagrecimento saudável exige mais do que medicação… É necessário adotar um estilo de vida equilibrado, com alimentação consciente, atividade física e cuidados com a saúde mental.
O médico também poderá avaliar se o medicamento realmente é indicado para o seu caso e por quanto tempo o uso é seguro.
Informação é cuidado
O uso desses medicamentos podem ser ferramentas valiosas no controle do peso e do diabetes, quando bem indicadas e acompanhadas por um profissional de saúde, mas o uso sem orientação coloca a sua saúde em risco.
Com a nova regra da Anvisa, o Brasil dá um passo importante para impedir o uso indevido, combater o mercado ilegal e proteger a população.
Se você está considerando esse tipo de tratamento, a melhor decisão é sempre buscar apoio médico. O emagrecimento saudável não tem fórmula mágica, entretanto pode ser alcançado com segurança, consciência e acompanhamento profissional.
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