Saúde Emocional: saiba identificar os sinais de alerta e saiba quando procurar ajuda

Uma paciente em uma sessão de terapia com um psicólogo.

O que é saúde emocional? 

A saúde emocional é a base do nosso bem-estar mental, físico e social. Ela envolve a capacidade de lidar com os sentimentos, enfrentar desafios e manter o equilíbrio mesmo diante das pressões do dia a dia. Quando estamos emocionalmente saudáveis, conseguimos tomar decisões com mais clareza, manter relações saudáveis e reagir de forma mais equilibrada aos acontecimentos da vida. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo reconhece suas habilidades, consegue lidar com os estresses normais da vida, trabalhar de forma produtiva e contribuir com a sua comunidade. 

 

Quando buscar ajuda profissional? 

Muitas vezes, os sinais de que algo não vai bem emocionalmente são sutis e se confundem com o cansaço ou a correria do dia a dia, tornando difícil de perceber quando procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra, para nós ou para outra pessoa.  

No entanto, ignorar esses sinais pode levar a quadros mais graves, como ansiedade, depressão, síndrome do pânico ou até mesmo o esgotamento emocional (burnout). 

As perturbações, distúrbios ou doenças mentais podem ter várias origens e causas, e surgir em todo o tipo de pessoas, incluindo crianças. Existe uma multiplicidade de situações, de manifestações, de diagnósticos e de tratamentos distintos. 

A boa notícia é que, com atenção e cuidado, é possível identificar esses sinais precocemente e buscar ajuda antes que o problema se agrave. 

Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza — é um ato de autoconhecimento e autocuidado 

1. Autoconhecimento e crescimento pessoal

É um sinal de maturidade, pois revela uma preocupação genuína com o nosso desenvolvimento pessoal. Ao compartilharmos o que nos afeta, especialmente com profissionais especializados, podemos descobrir aspectos de nós mesmos que estavam “escondidos” e compreender melhor sobre como as nossas experiências moldam os nossos comportamentos. 

Mulher meditando na praia, em um momento de autoconhecimento

2. Pode contribuir para uma melhor saúde física

A saúde mental é tão importante quanto a saúde física, estando ambas profundamente interligadas. Muitas doenças mentais podem aumentar o risco de problemas físicos, não apenas pelo impacto de sintomas como o estresse e a ansiedade no organismo, mas também pela maior probabilidade de adotar estilos de vida menos saudáveis e comportamentos de risco.

Jovem adulta em frente a uma janela, com uma expressão de ansiedade e nervosismo

3. Aumentar a resiliência emocional

Procurar ajuda é, por si só, um ato de coragem. O apoio profissional nos ajuda a enfrentar desafios e a desenvolver ferramentas para lidar com adversidades futuras. 

Um homem jovem realizando uma sessão de terapia, com a sua psicóloga

Quais os principais sinais a que devemos estar atentos?

Apesar das diferenças entre as perturbações e transtornos, há sinais e sintomas que quando são intensos e/ou permanentes podem indicar a necessidade de ajuda, tais como:

  • Preocupação, ansiedade e medo
  • Tristeza profunda e baixa autoestima
  • Falta de concentração e de motivação
  • Cansaço e falta de energia
  • Menor produtividade no trabalho ou na escola
  • Alterações de humor, irritação ou desânimo
  • Isolamento ou apatia
  • Sensações de paranoia ou alucinações
  • Falta de estímulo e prazer em atividades habituais
  • Alterações no sono, na alimentação ou na vida sexual
  • Mudanças nos hábitos de vestir ou de higiene
  • Consumo excessivo de álcool ou consumo de drogas
  • Pensamentos negativos ou suicidas

Quais os sinais das perturbações mentais mais comuns? 

Ansiedade e depressão, com diversos graus de gravidade, estão entre os problemas de saúde mental mais comuns e que merecem atenção. Além deles, questões como distúrbios alimentares em crianças, adolescentes e adultos também são motivo para recorrer a apoio psicológico. 

Confira os principais sinais que, isolados ou combinados, podem indicar que é a hora de procurar a ajuda de um psicólogo. 

Ansiedade

O estresse pode até nos ajudar a ficar mais atentos e focados, mas frequentemente ele nos deixa nervosos e preocupados, podendo até acelerar o ritmo cardíaco. Já a ansiedade, que pode ter várias origens, pode se tornar algo grave e incapacitante, como nos casos de ataques de pânico. Cada pessoa reage de forma única diante de momentos de tensão ou preocupação. Embora os sintomas de estresse e ansiedade possam ser parecidos, é importante ficar atento aos sinais que o corpo e a mente dão. Alguns deles merecem atenção especial, como: 

  • Nervosismo, inquietação 
  • Dificuldade em “desligar” de um problema 
  • Falta de apetite ou vontade exagerada de comer 
  • Dores de cabeça persistentes 
  • Irritabilidade 
  • Suores, tonturas, boca seca 
  • Enjoos, náuseas e vómitos 
  • Tensão muscular e sensação de “corpo preso” 
  • Palpitações 
  • Cansaço, falta de motivação 
  • Dificuldade em dormir 
  • Perda de concentração e alterações de memória 
  • Vontade de evitar quaisquer problemas ou ambientes sociais 
  • Medo de perder o controlo mental ou mesmo de morrer 
Uma jovem sentada, isolada das pessoas, em um momento de ansiedade

Depressão 

A principal dificuldade em identificar a depressão é que, no começo, ela pode parecer apenas tristeza e desânimo. Ela pode até começar de forma leve, como uma reação a algum acontecimento específico, e por isso, acaba não recebendo a devida atenção. 

Alguns dos sintomas a que devemos estar atentos são: 

  • Estar constantemente triste 
  • Discutir mais com os outros e, nas crianças, chorar mais e fazer birras 
  • Não ter prazer nas coisas que mais se gostava 
  • Sentir-se inútil ou culpado de alguma coisa 
  • Chorar facilmente, tristeza, pessimismo 
  • Afastar-se e evitar familiares e conhecidos 
  • Dificuldade para dormir 
  • Mudar hábitos alimentares, ganhar ou perder peso 
  • Queixas de dores sem explicação
Jovem em um quarto bagunçado, demonstrando um estado de depressão

Distúrbios alimentares 

É mais difícil do que parece detectar comportamentos alimentares que correspondem a perturbações do comportamento. Perturbações como a bulimia (comer de forma abusiva e desregulada, por vezes às escondidas, e depois forçar o vómito ou usar laxantes) ou a anorexia (reduzir ao máximo a alimentação, por medo de engordar ou por achar que está pesando demais) são perturbações do comportamento alimentar bastante comuns logo na adolescência que necessitam apoio psicológico especializado. 

Alguns sintomas associados a distúrbios alimentares são: 

  • Obsessão com a comida, as calorias e os ingredientes 
  • Ter medo de ganhar peso e pesar-se muitas vezes 
  • Estar frequentemente em dieta, ou comer muito, mas não mudar o peso 
  • Preocupação constante com a imagem corporal 
  • Restringir muitos alimentos 
  • Esconder comida ou jogá-la fora 
  • Fazer exercício físico em excesso 
  • Evitar jantares ou festas que envolvam comida 
  • Estar mais magro e usar roupa que o esconda 
  • Ter falta de energia e concentração 
Prato vazio, com uma fita métrica em cima dele, demonstrando preocupação constante com o peso corporal, um sinal de distúrbio alimentar

Como encontrar apoio? 

O primeiro passo é reconhecer que nem tudo está bem ou que existe espaço para melhorar. O segundo, é libertar-se dos estigmas e do auto preconceito, compreendendo que procurar ajuda para lidar com as questões emocionais e psicológicas não o torna mais ou menos “forte”. 

Existem muitas formas de procurar ajuda: 

1.    Fale com a família ou amigos

São frequentemente os primeiros a identificar a necessidade de apoio. Conversar com alguém que conhecemos, em quem confiamos e que já conhece, pelo menos em parte, a nossa história pode ser mais fácil e reconfortante. Essas pessoas podem nos ajudar a encontrar a informação necessária, discutir as opções disponíveis, auxiliar nas tarefas do dia a dia, nos ouvir e oferecer o suporte de que precisamos. Esta rede de apoio pode ser um excelente ponto de partida para reconhecer a existência de um problema e a incentivar a procura por ajuda especializada. 

Grupo de amigos reunidos, ajudando uns aos outros a lidar com momentos difíceis da vida

2.    Confie no seu médico de família e nos cuidados de saúde primários

Muitas vezes, o contato mais direto que temos com os serviços de saúde é através dos médicos que nos acompanham regularmente. As consultas de rotina também podem ser uma excelente primeira abordagem na procura de ajuda, uma vez que estes profissionais podem encaminhá-lo para a especialidade mais adequada, como a psiquiatria, ou indicar a necessidade de psicoterapia, ajudando-o a navegar por diversos caminhos disponíveis. 

Profissional de saúde realizando atendimento por videochamada em unidade do SUS, representando a aplicação da telemedicina no serviço público de saúde.

3.     Faça terapia com um profissional qualificado

A consulta com o psicólogo, ou uma sessão de terapia cognitivo comportamental, é um espaço seguro onde poderá trabalhar as suas emoções e desenvolver estratégias para enfrentar o cotidiano. A terapia ajuda a gerir emoções, desenvolver resiliência e lidar com traumas ou feridas emocionais. 

Imagem de um cérebro florescendo, demonstrando crescimento pessoal, saúde emocional e amadurecimento emocional

Pedir ajuda pode ser um processo exigente, tanto física como emocionalmente. No entanto, você deve lembrar de que não está sozinho e que existem várias formas de procurar e conseguir ajuda para o que estiver passando. Cuidar da saúde mental é fundamental, e merece dedicação total.  

A verdadeira força reside na capacidade de pedir ajuda. 

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